18 de dezembro de 2009

Avatar



Ontem fui ver o AVATAR em 3D ao cinema. Fiquei maravilhada.

Foi, sem dúvida, um dos melhores filmes que vi em toda a minha vida.


Espero voltar ao cinema ainda esta semana para rever. Que obra-prima!

De momento não tenho muitas palavras para descrever o filme, mas queria deixar este comentário aqui a referir o quão adorei o filme. Aconselho vivamente, aconselho a não perderem mesmo a oportunidade de ver o filme numa sala de cinema em 3D. Este filme vai fazer história. Aliás, para mim já fez.

3 de dezembro de 2009

A cegueira



Pela primeira vez li uma obra completa de José Saramago. A verdade é que já tinha tentado ler e simplesmente acabava por abandonar a leitura. O modo de escrita não muito “convencional” do autor deixava-me pouco à vontade e simplesmente não conseguia desfrutar da obra e acabava por deixar o livro ao abandono... No entanto, tentei por fim dar uma outra hipótese ao nosso Nobel de literatura e acabei agora de ler o Ensaio sobre a cegueira.

Tinha visto a adaptação desta obra no cinema (realizada por Fernando Meirelles) e na altura foi um filme que me marcou. Um excelente filme, com uma fotografia fantástica... um filme que nos desperta e que desperta em particular todos os nossos sentidos.

Agora depois de ler o livro devo confessar que este excedeu as expectativas. Sim, continuo a não gostar do modo como o autor escreve. Sim, continuo a achar que por vezes é tão ou mais fácil ler algo de um teórico como o Georg Simmel do que alguns parágrafos de José Saramago. No entanto, apesar de tudo isso... é um livro fantástico.

E se... enquanto eu redijo este pequeno comentário os meus olhos deixassem de ver? E se... enquanto tu lês estas palavras os teus olhos deixassem de funcionar?

O cego ergueu as mãos diante dos olhos, moveu-as, Nada, é como se estivesse no meio de um nevoeiro, é como se estivesse caído num mar de leite. P.13
(...)
Chegara mesmo ao ponto de pensar que a escuridão em que os cegos viviam não era, afinal, senão a simples ausência da luz, que o que chamamos cegueira era algo que se limitava a cobrir a aparência dos seres e das coisas, deixando-os intactos por trás do seu véu negro. Agora, pelo contrário, ei-lo que se encontrava mergulhado numa brancura tão luminosa, tão total, que devorava, mais do que absorvia, não só as cores, mas as próprias coisas e seres, tornando-os, por essa maneira, duplamente invisíveis. P. 15, 16


É um livro que trata essencialmente do nosso funcionamento enquanto seres humanos e seres sociais. Para mim é essencialmente isso.
Somos uma espécie que funciona de determinada forma, com determinados limites e certas regras e normas. Tudo isto pode surgir de nós mesmos, da interacção que temos com a sociedade ou então da forma como fomos evoluindo enquanto espécie.
O José Saramago nesta obra pinta muito bem, no entanto, o nosso instinto mais “rudimentar”, o nosso lado mais animal, cruzando-o com as reflexões dos supostos limites e normas. Cruzando o animal, o selvagem e o grosseiro com o que nos é imoral e errado. Mas o que importa? Se não temos olhos não temos olhar e se não temos olhar... quem é que há-de vigiar a barreira que serve de limite?

Somos confrontados com situações de egoísmo, de procura de “sobrevivência”, de instinto puramente animal.

É desta massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade. P. 40

... ainda está por nascer o primeiro ser humano desprovido daquela segunda pele a que chamamos egoísmo, bem mais dura que a outra, que por qualquer coisa sangra. P. 169


Mas sem esquecer a lembrança do que fomos e do que somos e a memória que fica dessa nossa identidade.

Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos. P. 262


É um livro que encoraja, sem dúvida, a uma boa reflexão sobre diversos aspectos que nos dizem respeito a nós enquanto seres humanos, seres sociais e acima de tudo, seres que “vendo, não vêem”.

Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem. P. 310



... Se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. P. 84

Sim, o que é a razão afinal?

20 de novembro de 2009

Lá vai Lisboa…

Há cerca de 2 semanas fui até Lisboa. Foram 2 dias preenchidos e agradáveis pela capital lisboeta.

No primeiro dia fomos até ao Jardim Zoológico de Lisboa. Foram cerca de 6 ou 7 horas que lá estivemos mas a verdade é que podia ficar ainda outras tantas e seria ainda mais fantástico!
Já lá tinha estado mas era muito nova e não me lembrava de quase nada. De qualquer forma, recentemente fizeram obras e o jardim zoológico sofreu uma série de alterações. Está realmente digno de se visitar!
Além da imensa diversidade de espécies de animais que lá têm, o espaço está muito agradável, onde não passa despercebida a atenção que tiveram não só com a fauna mas também com a flora.



O “lar” dos animais é deveras interessante, sendo que achei muito bonito quase não haver grades e cimento. Visitem e irão ficar surpreendidos!
Outra coisa que me despertou atenção é o facto de haver não só uma preocupação com a conservação mas também com a reprodução. Imensas espécies que lá estão no jardim zoológico têm crias, o que é admirável.







Se são de Lisboa aproveitem bem esse jardim zoológico! Há um programa denominado apadrinhamento de animais e sem dúvida que é algo excelente. E se estás a ler isto: procura informar-te sobre isso e apadrinha um animal! Eu gostaria de o fazer, mas sem dúvida que o facto de não ser de Lisboa não ajuda a isso.













Depois de ir ao pé da Brasileira no Chiado cumprimentar o Senhor Fernando Pessoa e dar uma volta por lá dirigimo-nos à Santa Apolónia para jantar. Depois foi o momento pelo qual muitos aguardavam e fomos em direcção de Xabregas, até ao Teatro Ibérico, para ver o concerto do Angelo Kelly. Foi um concerto muito bom e que irá deixar saudades!



Para passar a noite ficamos todos juntos num bungalow que um amigo tinha reservado. Trata-se de pequenas casas de campo turísticas, umas bonitas casinhas de madeira em pleno parque do Monsanto. Achei a ideia muito interessante e sem dúvida que deve ser um belo local de escape para quem mora numa cidade que nem Lisboa.
No dia seguinte foi altura de satisfazer o meu desejo de visitar as restantes “maravilhas” de Portugal que ainda não tinha visto: Mosteiro de Jerónimos, Torre de Belém e claro :P os pastéis de Belém!


Quase ao pé do palácio de Belém (é tão cor-de-rosa!) lá se erguia o majestoso mosteiro! Fiquei encantada por ver de perto os túmulos de Vasco da Gama, Luís de Camões e Fernando Pessoa. Fiquei ainda mais encantada, maravilhada e completamente arrebatada com os claustros. É sem dúvida um local a visitar! Desta visita ressaltou também o facto de ter visto o túmulo de D. Sebastião na igreja do mosteiro e depois ter visto numa cronologia que lá estava em exposição uma data de quando foi sepultado D. Sebastião. Foi quase como que receber a notícia de que o pai Natal não existe. Como é possível? Crescer sempre com a ideia de que é o rei desaparecido que ainda há-de voltar um dia no meio de nevoeiro e depois ver o túmulo à nossa frente é algo um tão pouco esquisito. Já andei a pesquisar e há tanta ambiguidade à volta do tema e há tanta controvérsia que eu decidi permanecer com a ideia de que o D. Sebastião continua a vaguear pelo norte de África.













A caminho da torre de Belém ainda deu para admirar o belo Padrão dos Descobrimentos.
A torre de Belém… A torre de Belém é tão pequenina mas tão fofa! Acho que é a melhor palavra para descrever a Torre de Belém: fofa.
Uma coisa aconselho a quem a visitar: levem um helicóptero ou então só subam aquilo tudo se não estiver muita gente por lá! Aquelas escadinhas íngremes são terríveis para conseguir subir e descer caso esteja por lá muita gente. Nunca pensei demorar cerca de meia hora para conseguir descer 3 andares!
Depois de visitar a torre de Belém nada melhor do que ir à fábrica original dos pastéis de Belém. É lá que permanece em segredo a receita original deste doce tão típico da doçaria portuguesa. É certo que em qualquer lado podemos comer um pastel de Belém, mas é nesta fábrica em Belém, e mais concretamente na Oficina do Segredo, que se preserva e confecciona o sabor de um doce e da sua secular subsistência. Para quem é do norte, aproveitem! É diferente do “pastel de nata” que estamos habituados, é servido quentinho e é mesmo bom!
E foi de um cenário de clérigos e tradição que avançamos para o mundo americanizado de fast-food e rock n’roll. Fomos pois almoçar ao Hard Rock Lisboa e que belo almoço foi. A repetir! Até porque quando lá fomos ainda não estavam em exposição os materiais que Moonspell cederam. xD



Para finalizar a viagem concretizei também o desejo de visitar o Oceanário no parque das nações. Belo, belo e belo! O aquário central é sem dúvida soberbo e tem espécies lindíssimas. Além das diversas espécies, tem também uma distribuição e exposição em relação aos 5 oceanos que está muito bem conseguida. É o segundo maior oceanário do mundo e é, de facto, muito interessante e está repleto de belas criaturas.

E apaixonei-me pelas lontras! xD



E não, isto não são lontras mas sim pinguins.

1 de novembro de 2009

A Christmas Carol

Estive a ler o "conto de Natal" de Charles Dickens e apetece-me ler novamente e outra vez e sempre! Toda a gente conhece o conto, é certo, mas é um conto tão bonito, tão simples e com tanto espírito que uma pessoa quase que renasce e sente realmente esse espírito "natalício". São poucas páginas e as palavras não são muitas... mas dizem muito. É um conto a ser lido sempre e a ser reflectido por todos nós.

Para quem ainda não leu, aconselho vivamente. E se o meu conselho não for suficiente... sirvam-se dos dias de inverno que se avizinham e da época festiva para ler um conto com o mesmo cenário. Acolhedor, caloroso e real.

27 de outubro de 2009

Norwegian wood





I once had a girl, or should I say, she once had me...
She showed me her room, isn't it good Norwegian wood?

She asked me to stay and she told me to sit anywhere,
So I looked around and I noticed there wasn't a chair.

I sat on a rug, biding my time, drinking her wine,
We talked until two and then she said: "It's time for bed"

She told me she worked in the morning and started to laugh.
I told her I didn't, and crawled off to sleep in the bath

And when I awoke, I was alone, this bird had flown
So I lit a fire, isn't it good Norwegian wood.



The Beatles - Norwegian wood


O Norwegian wood de Haruki Murakami não tem apenas o nome desta música de Beatles. Este livro vem acompanhado de banda sonora e a Norwegian wood certamente nos remete para as páginas deste fabuloso livro.
Há um rapaz e há uma rapariga.
I once had a girl, or should I say, she once had me...
Além dessa rapariga há outras. Há sensualidade, amores e descobertas. A metamorfose de uma fase para outra, a transformação de um adolescente em adulto. É o ciclo da vida e a memória…
A minha memória tem-se tornado cada vez mais ténue e já esqueci muitas coisas. Quando escrevo assim de memória, sinto frequentemente uma pontada de pavor. E se esqueci já a coisa mais importante? E, se algures dentro de mim, há um escuro limbo onde todas as memórias verdadeiramente importantes estão amontoadas e começam lentamente a transformar-se em lama? p. 17

A memória do passado, a tristeza e a perda… mas a vida e o seu ciclo perdura. É pois um livro de descobertas, de descobrir o caminho, o equilíbrio e a simplicidade.
Nunca consigo expressar o que pretendo dizer – continuou a Naoko. – Há já bastante tempo que tem sido assim. Tento dizer algo, mas só me saem as palavras erradas: as palavras erradas ou as palavras exactamente opostas àquilo que pretendia dizer. E, se tento corrigir-me, pioro ainda mais coisas. Além do mais, esqueço-me de imediato do que estava a tentar dizer. É como uma metade a perseguir a outra metade à volta de um poste enorme e largo. O outro eu tem as palavras exactas, mas este eu não consegue apanhá-la. – Levantou a cabeça e olhou-me nos olhos. – Isto faz algum sentido para ti? p. 31, 32

É a procura da essência. É uma viagem interior. É o constatar que por mais difícil que seja temos de nos apoderar desse ciclo e simplesmente caminhar e encontrar o nosso caminho.

Quando recordo o ano de 1969, tudo o que me ocorre é a imagem de um pântano: um pântano profundo e viscoso que parece prestes a atolar-me os sapatos sempre que dou um passo. E caminho através da lama, exausto. À frente e atrás de mim, não vejo nada a não ser a infindável escuridão de um pântano. O próprio tempo arrastava-se ao ritmo dos meus passos hesitantes. As pessoas à minha volta há muito que prosseguiram em frente, mas eu e o meu tempo ficáramos para trás a debatermo-nos com a lama. O mundo ao meu redor estava prestes a sofrer grandes transformações. (…) Todavia, essas «mudanças» não passavam de encenações bidimensionais, panos de fundo desprovidos de substância ou significado. Arrastava-me ao longo de cada dia e raramente levantava a cabeça, sempre de olhos presos no infindável pântano que se estendia à minha frente: apoiava o pé direito e erguia o pé esquerdo, apoiava o pé esquerdo e erguia o pé direito, nunca sabia onde estava, nunca sabia se me dirigia na direcção certa, sabia apenas que tinha de continuar a avançar, um passo de cada vez. P. 285

É um livro com muita música mas também acompanhado de silêncio.
Tem uma certa tristeza e balanceia entre o conhecido e o desconhecido. É toda uma viagem e há imensas descobertas. As palavras de Murakami em Norwegian wood são delicadas mas também são fortes, tanto abordam a vida como abordam a morte.
A morte existe, não como o oposto da vida mas como parte dela. É um cliché transposto em palavras, embora nessa altura não o sentisse como palavras mas como um nó de ar dentro de mim. A morte existe – num pisa papéis, em quatro bolas vermelhas e brancas numa mesa de bilhar – e continuamos a viver e a respirá-la para dentro dos pulmões como uma poeira fina. p. 36


Pensei muito em ti durante todo este tempo. Quanto mais pensava, mais sentia que estava a ser injusta contigo. Talvez devesse ter-me mostrado uma pessoa melhor e mais justa no modo como te tratei. Mas esta não será a maneira mais normal de encarar as coisas. As raparigas da minha idade nunca usam a palavra “justo”. As raparigas normais da minha idade são basicamente indiferentes ao facto de as coisas serem justas ou não. A questão central para elas não reside no facto de algo ser justo, mas se é ou não belo ou se as fará felizes. «Justo» é, sem dúvida, uma palavra que os homens usam, mas sinto que é também a palavra que agora se aplica exactamente a mim. E como, segundo creio, as questões de beleza e felicidade se tornaram agora em asserções tão difíceis e retorcidas, dou por mim a reger-me por outros padrões: por exemplo, se algo é ou não justo ou honesto, ou universalmente verdadeiro.
De qualquer modo, creio que não tenho sido justa contigo e, em resultado disso, talvez te tenha confundido e magoado profundamente. Ao fazê-lo, porém, também me confundi a mim própria e magoei-me profundamente. Não digo isto como desculpa ou como forma de justificação, mas porque é a verdade.
p. 109, 110

24 de outubro de 2009

Progressive Nation

No passado dia 22 tive o prazer de me deslocar até ao Palácio Rosa Mota (Palácio de Cristal) no Porto para o evento Progressive Nation com Unexpect, Bigelf, Opeth e Dream Theater.

Unexpect não vi. Bigelf foi uma pequena surpresa. Opeth revi e vivi e fui feliz. Dream Theater descansei e apreciei.

Humm, para quando um concerto de Opeth em nome próprio? Já desde 2006 que esperava rever esta banda. Mas sem dúvida que queria um outro concerto apenas deles onde pudessem proporcionar-nos umas duas horas de melancolia, leveza e agressividade como só eles sabem.

Deixo aqui uma ou outra foto e uns vídeos que fiz nesta bela noite:

Opeth





vídeo 1 - Opeth

Vídeo 2 - Opeth

Vídeo 3 - Opeth

Vídeo 4 - Opeth

Vídeo 5 - Opeth



Dream Theater





vídeo DT

6 de outubro de 2009

Uma viagem...

Durante este fim-de-semana visitei alguns sítios que nunca tinha visitado.

O mosteiro da Batalha é um edifício maravilhoso e sem dúvida que merece ser considerado como uma das maravilhas de Portugal. Deste monumento tenho de enaltecer a capela do fundador, os bonitos claustros e as capelas imperfeitas.

Nota: Coloquei aqui alguns registos fotográficos que fui fazendo. Para ver com mais atenção/pormenor as fotografias cliquem nas mesmas.








Depois de ter passado pelo agradável ecoparque sensorial da Pia do Urso, foi altura de ver uma das grutas existentes naquela zona. Desta vez foi a gruta de Alvados. A sala do planeta maravilhoso é de facto maravilhosa.




Depois foi tempo de ir em direcção a Tomar, a terra dos templários. Tinha muita curiosidade em visitar o convento de Cristo e finalmente pude satisfazer esse desejo. A Charola é muito rica e os claustros são lindíssimos!







E depois uma cidade fortificada... Óbidos.
Apaixonei-me por Óbidos. Sítio maravilhosamente mágico!











Depois de visitar a bela lagoa de Óbidos e ter passado pela Foz do Arelho, foi aí então que chegamos a Alcobaça. Depois de um passeio pela costa e de ver a praia de S. Martinho do Porto foi tempo de visitar o mosteiro de Alcobaça.
Tal como o mosteiro da Batalha, também este mosteiro pertence ao conjunto de maravilhas de Portugal e ainda está classificado como Património da Humanidade pela UNESCO. De estilo gótico, tem uma igreja lindíssima com uma fachada barroca.

Os belos túmulos de D. Pedro e Inês de Castro têm o seu quê de especial. O claustro do refeitório é surpreendente, bem como os outros claustros e jardins.






Depois de um salto a Nazaré, percorreu-se um pouco mais pela costa acima até S. Pedro de Moel e praia da Vieira. O passo seguinte foi apanhar a auto-estrada e voltar para casa.




Próxima viagem... Lisboa!

Vá para fora, cá dentro! Realmente o nosso Portugal tem muito para se ver.

30 de setembro de 2009

O sonho de um homem ridículo



Deixo aqui um pequeno comentário relativamente a um dos meus autores preferidos. Refiro-me pois a Fiódor Dostoiévski.
Comecei por ler a sua obra “Crime e Castigo” (um dia destes tenho de reler e depois poderei debruçar-me sobre este fabuloso livro em particular neste mesmo blog), depois segui para “Os demónios” (idem)… Nestes últimos tempos andei a ler uns contos dele e simplesmente fico cada vez mais apaixonada pela obra de Dostoievski.
Irei aqui falar-vos de um pequeno conto dele intitulado “o sonho de um homem ridículo”.
Em poucas páginas o Dostoiévski mostra-nos de forma subtil a natureza humana. Para mim isto é, sem dúvida, um dos aspectos que mais me atrai nele. Enquanto estou a ler obras dele dou por mim a ler e reler as páginas de tão profundo e perspicaz, interessante, subtil mas intenso… e poderia acrescentar aqui muitos outros adjectivos, e mesmo que fossem contraditórios seriam dignos de tal uso. A contradição também é fundamental e é, sem dúvida, outro dos aspectos que me atrai.
Neste conto não é tão perceptivo um outro aspecto que me fascina neste autor. Mas certamente não poderei deixar de referir o quão assustador é estar a ler um livro e sentir as personagens. Refiro-me a sentir as personagens literalmente. Refiro-me a estar deitada na cama a ler e sentir que ao meu lado está a personagem a respirar o mesmo ar que eu. Sinto as personagens porque o Dostoiévski entra dentro da cabeça de cada um de nós transmitindo-nos por palavras a mente das personagens. É uma escrita onde as personagens são submetidas a uma cirurgia a cérebro aberto. Sem dúvida que temos um trato psicológico tão rigoroso por parte deste autor que as personagens tornam-se reais.

Em relação ao “o sonho de um homem ridículo” irei deixar aqui dois excertos. Li, reli e apaixonei-me por estas palavras. Decidi passar tudo a escrito para aqui e aqui fica. Desfrutem.

Sou um homem ridículo. Agora já quase me tomam por louco. O que significaria ter ganho em consideração, se não continuasse a ser um homem ridículo. Mas eu já não me aborreço por causa disto, agora já não guardo rancor a ninguém e gosto de toda a gente, ainda que se riam de mim… sim, senhor; agora, não sei porquê, sinto por todos os meus semelhantes uma ternura especial. Teria muito gosto em acompanhá-los no vosso riso… não, precisamente, nesse riso à minha custa, mas pelo carinho que me inspiram, se não me fizesse tanta pena ver-vos. É pena que não saibam a verdade. Oh, meu Deus!, como é doloroso ser um só a saber a verdade! Mas isto não o compreendem eles. Não, nunca o compreenderiam.
(Dostoiévski, 2008: 9)


O sonho durou milhares de anos e apenas me deixou uma impressão de conjunto… Só me lembro de que o culpado do pecado original fui eu. Como uma espantosa triquina, qual pestífero bacilo que devasta a Terra, assim devastei eu toda aquela Terra inocente e feliz. Aqueles homens aprenderam a mentir, tomaram gosto à mentira e reconheceram como eram belos. Oh!, pode ser que, a princípio, o fizessem inocentemente, por puro jogo, por diversão, que apenas se tratasse de um bacilo; mas este átomo de mentira enraizou-se nos seus corações e foi do seu agrado. Não tardou que dele derivasse a voluptuosidade, e esta voluptuosidade engendrou a inveja, e esta, a crueldade. Oh!, não sei, não me lembro já como, mas não tardou que se vertesse a primeira gota de sangue; a princípio apenas sentiram espanto; mas depois assustaram-se e começaram a afastar-se uns dos outros. Vieram as censuras e as incriminações. Conheceram a vergonha e erigiram-na em virtude. Surgiu o conceito de honra e cada bando se uniu à sombra da sua bandeira. Começaram a torturar os animais, e os animais afastaram-se deles, foram ocultar-se nos bosques e tornaram-se seus inimigos. Iniciou-se a luta pela separação, pela particularização, pela personalidade, pelo «teu» e pelo «meu». Começaram a falar várias línguas. Conheceram a dor e tomaram-lhe gosto; ansiavam pelo sofrimento e diziam que a verdade só se comprava pelo preço do martírio. Depois surgiu a ciência. Como se haviam tornado maus, deram em falar de fraternidade e de humanidade, e compreendiam estas ideias. Como se tornaram criminosos, inventaram a justiça e redigiram códigos para a encerrarem neles, e, para assegurar o cumprimento desses códigos, ergueram a guilhotina. Mal se recordavam daquilo que perderam e não queriam acreditar que alguma vez tivessem sido inocentes e felizes. Riam-se até da possibilidade dessa sua felicidade passada e taxavam-na de sonho fantástico. Nem sequer podiam fazer uma ideia desse estado, e acontecia, além disso, uma coisa estranha: agora que tinham perdido já toda a fé na felicidade pretérita e a classificavam de fantasia, empenhavam-se a tal ponto em voltar a ser inocentes e felizes, que se ajoelhavam como crianças ante os desejos dos seus corações; adoravam esses desejos, erguiam-lhes templos e oravam à sua própria ideia, ao seu próprio querer, ao mesmo tempo que continuavam a acreditar, com uma convicção inabalável, na possibilidade de cumprir e realizar essa ideia, apesar de implorarem por ela de joelhos. E, no entanto… se pudesse ter-se dado o caso de voltarem outra vez àquele inocente e venturoso estado que perderam; se alguém os tivesse consultado, perguntando-lhes: «Quereis voltar a ele?», ter-lhe-iam respondido resolutamente que não. A mim, diziam-me: «Bom, seremos mentirosos, maus e injustos; sabemo-lo e lamentamo-lo, e essa é a nossa tortura, e talvez por isso nos atormentemos e castiguemos mais do que faria esse Juiz misericordioso que há-de julgar-nos no futuro, mas cujo nome nos é desconhecido. Mas, em compensação, possuímos a ciência, e graças a ela havemos de tornar a encontrar a verdade, e então aceitá-la-emos já com consciência. O saber está acima do sentimento; o conhecimento da vida… acima da própria vida. A ciência há-de tornar-nos omniscientes; a omnisciência conhece todas as leis, e o conhecimento da lei da felicidade… está acima da própria felicidade.» Era assim que eles me falavam e, a avaliar por tais palavras, cada um deles se tornara mais apreciador de si próprio que dos outros e se valorizava a si próprio mais que tudo no mundo; sim… e não poderia ter sido de outro modo. Tornaram-se todos tão ciosos do seu eu que cada um se afanava por rebaixar, oprimir e diminuir o eu do próximo, por todos os meios possíveis, e só nisto se resumia a sua vida. Desenvolveu-se a escravatura e surgiram até escravos voluntários; os fracos submeteram-se com gosto aos mais fortes, mas com a condição de que estes os ajudassem a subjugar os mais fracos que eles. Surgiram entre eles profetas que lhes falavam do seu orgulho a chorar, da perda da medida e da harmonia do sentimento do pudor. Mas eles riam-se e troçavam desses profetas e acabavam por lapidá-los. Sangue sagrado correu nos umbrais do templo. Mas também havia homens que começaram a discutir a maneira de voltar a uni-los a todos, de tornar a viver em comum, formando uma só amistosa e concorde sociedade, em que não prejudicassem os outros, sem que, entretanto, deixassem de querer a si próprios mais que a ninguém. Essa ideia foi, entre eles, causa de grandes guerras. Todos os beligerantes acreditavam ao mesmo tempo que a ciência, a omnisciência e o instinto da própria conservação obrigariam finalmente os homens a unir-se numa sociedade razoável e cordata, para o que, entretanto, se esforçavam os omniscientes, a fim de acelerar as coisas, por exterminar todos os não omniscientes e quantos não compreendiam a sua ideia, a fim de que não fossem um obstáculo para o seu triunfo. Mas não tardou que diminuísse o sentimento geral da própria conservação e surgissem voluptuosos e soberbos que proclamavam abertamente que desejavam tudo ou nada. Registaram-se proezas de todo o género e, quando não conseguiam nada com elas… restava o recurso do suicídio. Houve religiões consagradas ao culto do não-ser e do próprio aniquilamento, em honra do eterno repouso em o nada. Até que, por fim, aqueles homens se cansaram dos seus absurdos esforços e nos seus rostos se reflectiu a dor, e proclamaram: a dor é beleza, pois só a dor tem sentido. E cantaram a dor nos seus poemas. Eu andava numa agitação entre eles, torcia as mãos e chorava; mas amava-os, no entanto, e talvez mais que antes, quando no seu rosto não assomava ainda nenhuma dor e eram belos e inocentes. A Terra por eles manchada parecia-me então mais valiosa do que antes, quando era um paraíso, e isso apenas porque nela aparecera a dor.

(Dostoiévski, 2008: 44 - 49)


Dostoiévski, Fiódor (2008), O sonho dum homem ridículo, Quasi: Vila Nova de Famalicão

15 de setembro de 2009

Amor de Perdição


O amor é capaz de nos levar a muitos caminhos e a morte é sempre um caminho possível.
Acho que dizendo isto já é fácil de perceber para que mundo o Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco nos pode levar.

Este romance detém paixão, saudade, mágoa, ódio, amor, rejeição, loucura, ansiedade, raiva, tragédia, esperança, miséria e morte.

Muito ao estilo “Romeu e Julieta” de William Shakespeare, este romance remete-nos para o amor desmedido mas impossível durante a vida e perspectivado após a morte. Associado ao amor surge a família e todo um conjunto de questões conflituosas de ódio e raiva. Mas a ideia da morte impera e é com esta que o amor poderá prevalecer, sendo que para os amantes o amor só se poderá viver além da morte. A vida é trágica para estes românticos.


Além de ter redigido este pequeno comentário sobre este romance, irei agora socorrer-me das palavras de Camilo Castelo Branco e deixar aqui um pequeno excerto do Amor de Perdição:


A verdade é algumas vezes o escolho de um romance.
Na vida real, recebemo-la como ela sai dos encontrados casos, ou da lógica implacável das coisas; mas, na novela, custa-nos a sofrer que o autor, se inventa, não invente melhor; e, se copia, não minta por amor da arte.
Um romance, que estriba na verdade o seu merecimento é frio, é impertinente, é uma coisa que não sacode os nervos, nem tira a gente, sequer uma temporada, enquanto ele nos lembra, deste jogo de nora, cujos alcatruzes somos, uns a subir, outros a descer, movidos pela manivela do egoísmo.
A verdade! Se ela é feia, para que oferecê-la em painéis ao público?!
A verdade do coração humano! Se o coração humano tem filamentos de ferro que o prendem ao barro donde saiu, ou pensam nele e o submergem no charco da culpa primitiva, para que é emergi-lo, retratá-lo e pô-lo à venda?
Os reparos são de quem tem o juízo no seu lugar; mas, pois que eu perdi o meu a estudar a verdade, já agora a desforra que tenho é pintá-la como ela é, feia e repugnante.
A desgraça afervora, ou quebranta o amor?
Isto é que eu submeto à decisão do leitor inteligente. Factos e não teses é o que eu trago para aqui. O pintor retrata uns olhos, e não explica as funções ópticas do aparelho visual.



Camilo Castelo Branco, início do capítulo XIX de Amor de Perdição.

14 de agosto de 2009

O Senhor dos Anéis




Eu nunca gostei de fenómenos. Nunca me deixei guiar pelo fenómeno ou pelo menos esse caminho nunca me atraiu.

O fenómeno Tolkieniano nunca me atraiu sobremaneira. No entanto, há uns anos li o The Hobbit e simplesmente adorei. Ia de seguida ler o Senhor dos Anéis mas essa leitura acabou por ser adiada.
No entanto, neste verão acabei por preencher essa lacuna e li o Senhor dos Anéis.

É uma obra-prima.

Adorei e quero mais. Quero mais deste mundo e quero perder-me novamente no mesmo. De momento estou a ler o The Silmarillion para satisfazer ainda mais o meu apetite pela história da "Middle-Earth" e da era que precedeu toda a viagem feita com o Senhor dos Anéis.

Mas não tarda, voltarei a ler o The hobbit e certamente o Senhor dos Anéis. Aconselho vivamente.

Adorei conhecer o mundo que o J.R.R. Tolkien criou. O Senhor dos Anéis é a janela que me mostrou esse mundo e adorei todos os pormenores!
A viagem e as melodias que a acompanharam fizeram que eu me sentisse muitas vezes como… “I feel as if I was inside a song” (Tolkien, 1993: 342)
Adorei a presença de feiticeiros, de homens, de guerreiros e de criaturas que já fazem parte do imaginário do horrível ou apenas do imaginário.
Gostei das florestas. Gostei da nobreza dada à natureza e aos seres vivos ou aos seres inanimados.
Gostei dos contrastes ao longo da obra. Gostei dos cavalos negros, gostei dos cavalos brancos. Das sombras e do medo, mas também da esperança, da dignidade, força e coragem.
“They know that they can only come to morning through the shadows” (Tolkien, 1993: 617).

Apreciei o contraste da luz com a escuridão. Gostei - que nem um conto de fadas - da bravura a combater a escuridão.
“There are some things that it is better to begin than to refuse, even though the end may be dark” (Tolkien, 1993: 430).

Gostei da reflexão que proporcionou em relação à natureza humana no que concerne à união e ao preconceito. À distinção entre o que é tido como bom e mau, e a união que o mau provoca no que é bom.

Gostei da dualidade do poder “for nothing is evil in the beginning” (Tolkien, 1993: 261).

One Ring to rule them all, One Ring to find them, One Ring to bring them all and in the Darkness bind them.

Gostei da temática da esperança. Gostei da nova esperança, da esperança escondida e até da esperança desesperançada.
“We should seek a final end of this menace, even if we do not hope to make one” (Tolkien, 1993: 260).

“We may stand, if only on one leg, or at least be left still upon our knees” (Tolkien, 1993: 749).

E quanto ao futuro… ninguém saberá dizer ao certo…
Tal como referiu a Arwen: “The white page can be overwritten; and the white light can be broken” (Tolkien, 1993: 252).



“When Kings are in danger: some one has to give them up, lose them, so that others may keep them” (Tolkien, 1993: 1006).


De seguida também vi a trilogia “The Lord of The Rings”. Gostei muito do filme e como adaptação não está mal feito. Obviamente que se formos pelos pormenores e tudo mais teria de haver muitas mais horas de filme! No entanto, tenho a dizer que é um filme (são os 3, diga-se) fabuloso e sem dúvida que todo o dinheiro gasto valeu a pena por toda aquela criação que apenas existia parcialmente e de forma apenas semelhante na nossa imaginação.
Sem dúvida que quem viu e gostou do filme e por ventura não leu o livro tem de ler e já! Não é a mesma coisa, não tem a mesma mística e sem dúvida que todos os pormenores e minuciosidade do Tolkien não dão para ser descobertos pelo filme. São os inconvenientes dos filmes e por isso é sempre melhor apreciar mais e melhor os livros.

“May the stars shine upon your faces”.



Tolkien, J.R.R. (1993)The Lord of the Rings, Houghton Mifflin Company: New York.

9 de agosto de 2009

Tranquilidade, fogo, espadas e escuridão

Ontem tive como destino o norte. Subi aos céus, cheguei à Suécia e vi Vikings. Vi e ouvi boa música. Respirei pó e fui feliz xD

Isto quer dizer que ontem fui a Vagos, perto de Aveiro ao V.O.A. (Sim, literalmente acabei por ir para o sul, mas na imaginação o nórdico foi mais apelativo :P)

Nunca tinha acompanhado Dark Tranquility mas após este concerto certamente irei dar mais atenção à banda.
Fica aqui um curto vídeo que fiz durante este concerto:

Vídeo Dark Tranquility

E uma das fotografias que tirei:




Amon Amarth. Grande, grande, grande concerto! Um dos melhores deste verão e certamente um dos melhores concertos do ano!

Fica aqui uma mini apresentação com pequenos vídeos que fiz por lá neste concerto:

Vídeos Amon Amarth

E algumas fotografias que consegui tirar (não foi fácil segurar na máquina, devo referir xD):










O Vagos Open Air tem condições bastante razoáveis e estas para mim são até muito boas quando se tem em conta que é a primeira edição. Espero apenas é que seja a primeira de muitas!


Até para o ano! (Espero xD)

16 de julho de 2009

I'm feeling alive!

O passado dia 9 foi um grande dia de bons concertos!

Não cheguei a tempo de ver RAMP.


Cheguei mais ou menos no início de Mastodon. Gostei de rever a banda e deram um bom concerto, apesar de ter sido curto.


Lamb of God foi um dos melhores concertos do dia. Novamente, foi pena ter sido tão curto mas enquanto durou foi muito bom e a poeira levantou. Gostei mesmo e certamente é uma banda a rever! Havia uma ou outra que contava ouvir e não ouvi, mas lá está... o tempo era muito reduzido.

Deixo aqui uma imagem:



E deixo aqui dois vídeos que gravei:

Vídeo LoG 1

Vídeo LoG 2


Muitos sapatos pelo ar, sangue, narizes partidos e muita poeira descreve bem o ambiente na audiência.



Machine Head. Jesus Fuckin' Christ! Vi esta banda pela primeira vez no Rock in Rio 2008. Adorei o concerto deles de forma a que passei a ouvir o trabalho da banda. Estava portanto com boas expectativas para os rever lá no Alive. Revi e gostei. Não desiludiram nem ficou aquém das expectativas. Mas também não foi um concerto por aí além. Foi curto e soube a pouco. O senhor Rob Flynn: grande presença em palco e interacção com o público de fazer inveja a muitos.



E fica aqui uma boa parte da Halo que eu gravei:

Vídeo Machine Head @ Optimus Alive 2009

(Eu já fui a muito concerto e a minha máquina já gravou muita coisa e nunca o som ficou tão abafado como se tivesse demasiado alto =x não sei se era a bateria que estava demasiado alta... de qualquer forma dava para ouvir e bem - isto para aqueles que consideram que não dava para ouvir nada por lá)


Slipknot não vi. Durante esse concerto foi tempo de dar uma volta pelo recinto.

Em relação aos outros dois palcos: não tive interesse para assistir a nada que lá tocou.

Ainda vi o final do concerto de Slipknot e um pouco do "show-off" do Joey Jordison.


Metallica. Ahhh! A tempo de conseguir chegar à frente e ainda bem! Um concerto destes quanto mais perto do palco melhor. Grande energia, grande concerto! Dos 3 que já vi, fico em dúvida se foi este o melhor... O que vi no SBSR 2007 foi em grande mas parece-me que este ainda conseguiu ser melhor. Talvez não, mas mesmo assim foi muito bom. Para mim, o melhor concerto da noite.


Deixo aqui dois vídeos que fiz:

Vídeo Metallica 1

Vídeo Metallica 2


E algumas fotos que tirei: